domingo, 9 de agosto de 2015

PQP o Futebol Moderno

 Até podia ser um tema quente, mas infelizmente não é, porque os “Mendes”, as “Doyen” e os “qataris” nada lucram com isto, mas o futebol dos nossos dias em pouco se assemelha ao Football.
 Hoje muitos têm um clube em Espanha, um clube em Inglaterra, um clube em Itália, f#d@-se eu tenho um clube em todos os países do mundo, o F.C. Porto! Gosto de ver futebol e até tenho camisolas de outros clubes, mas não tenho sopros no coração por nenhum a não ser pelo Azul e Branco.
Se me perguntassem aos 5,6,7,8,9,10 e por aí fora anos onde eu gostava de jogar, a resposta era sempre a mesma e tinha sempre a mesma cor. Eu até lá jogava em troca de equipamentos e bolas (de futebol), se calhar se me oferecessem um lugar vitalício no estádio eu tinha assinado na hora! Ainda hoje quando chega o envelope das quotas com o símbolo do clube, o coração começa a tocar ao som da Maria Amélia Canossa.

 Mas hoje em dia os miúdos metem-me nojo, há dias ouvia o filho mais novo de António “Vai à linha e cruza” Folha, esperança do F.C. Porto a dizer que o objectivo dele era evoluir e assinar um bom contrato com um grande clube da Europa. Ó fedorento, tu já estás NO GRANDE da Europa, trabalha para poderes cá continuar até seres adulto.
 É esta a evolução? 
 Somos obrigados a ter jogos a uma segunda-feira às 20:45 no inverno. Quantas pessoas irão de Arouca ver um jogo ao Bonfim a essa hora a pagar 20€ ou mais por um bilhete mais a viagem?  Depois ouvimos dizer que o português não se interessa por nada, que não enche estádios, que não tem cultura. Pudera, a estas horas e a estes preços? 
 É a pressão das transmissões televisivas? Jogos às 15h da tarde, a SportTv tem 5 canais, acho que o pessoal não se chateia se perder 1h30 de golf e devolvam um jogo por jornada a uma TV pública (de preferência a qualquer um menos a TVI).

 Neste aspecto tire-se o chapéu ao Benfica, que ao assegurar as suas transmissões pôs os jogos a uma hora decente. Enche o estádio e tem gente em casa a ver!
 Eu não morando no Porto e mesmo estando relativamente perto, torna-se difícil ir ver um jogo às 21:15 de um sábado, muito menos de um domingo. 
 Sabem que mais? Devolvam os jogos à rádio, ao menos o Pateiro faz sentir que o jogo está a ter emoção!
 Até aquilo que dava alegria ao povo, está condicionado, condicionado à vontade da malta do 1%.

 Os heróis do campo são agora mercenários, beijam um símbolo por anos e um novo por minutos, têm contrato mas para ficarem temos que lhes prometer que para o ano podem sair. A glória foi sobreposta pelo dinheiro, é preferível ter um bom contrato e não jogar do que ter um contrato razoável e ser peça fundamental ou ganhar troféus. Esquecemo-nos muito rápido de onde viemos.  Para além de mercenários são actores!
 E agora fica escrito que têm que jogar, têm que fazer minutos, porque sim, mesmo que tenham a qualidade do Baron, antigamente era pelo trabalho nos treinos agora é pelo empresário que têm.
“Diz-me com quem andas dir-te-ei onde jogas e quanto tempo!”
 Era tão bom voltar a ter estádios cheios, voltarmos ao bairrismo, mas agora com as comodidades do futuro, mas sem internet nos estádios ou rede de telemóvel. Voltar a ter as barracas de bifanas e cachorros à porta do estádio, cheias de prognósticos, do ambiente de cortar, do adversário largar uma pinguinha quando entra no relvado, o povo pobre mas satisfeito, ter durante a semana uma luz ténue que é saber que vamos à bola no domingo. Estar a chover mas que se lixe porque o Jardel vai voar entre os centrais.
 Vamos voltar às chuteiras pretas, aos números de 1 a 11 no campo, não ter nomes nas camisolas, voltar a ter jogadores da casa que saibam a diferença entre um derby e um jogo com uma equipa de fundo da tabela (a diferença em termos de carga, porque ambos são para vencer). Saber que por vezes o que nós queremos não interessa porque o clube está primeiro, porque o clube já lá estava antes de nós e vai continuar depois de nós.
 O futebol não alimenta toda a gente, mas tem algo que nos alimenta, que nos faz ensinar os nossos filhos/sobrinhos/primos/irmãos o hino, a cor, os cânticos, as glórias, os craques do passado, que nos faz estremecer quando entramos no estádio, quando vemos alguém com as nossas cores.



Football volta, estás perdoado manda o moderno para A que o pariu.

JD

1 comentário:

  1. Que excelente texto a redodinha ia ficar contente porque, o que nós queremos é vê-la lá dentro!

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